segunda-feira, 9 de junho de 2025

Fichamento Lições de Arquitetura - Herman Hertzberger

Meu entendimento ao ler Lições de Arquitetura do Herman Hertzberger foi que a arquitetura tem um papel social muito forte. Uma das coisas que mais me marcou foi a importância de criar espaços intermediários, que fazem a ponte entre o público e o privado, tornando os ambientes mais acolhedores e convidativos. Também entendi que a forma de um edifício precisa ter competência, ou seja, ser clara e capaz de ser interpretada pelas pessoas de maneiras diferentes, dependendo da situação.

Achei muito interessante também como o livro mostra que os usuários devem ter liberdade para adaptar os espaços ao seu jeito de viver, para reafirmar sua identidade e criar novas possibilidades. Isso traz diversidade e torna a arquitetura mais viva. Também ficou claro pra mim que arquitetura tem uma implicação social forte: qualquer intervenção no espaço deve levar em conta tanto a privacidade quanto as relações sociais. E que o domínio público e o privado não precisam ser extremos — dá pra tornar o privado mais acessível e o público mais acolhedor, desde que haja respeito e proteção individual.

Uma outra coisa essencial que eu entendi é que a arquitetura precisa ser pensada para durar no tempo, mas sem ser rígida. Ou seja, o projeto deve ter uma estrutura que permita mudanças, adaptações e diferentes formas de uso ao longo dos anos. Isso garante que os espaços continuem sendo úteis, relevantes e vivos, mesmo quando as necessidades mudam. Um edifício que consegue absorver a passagem do tempo e continuar fazendo sentido para seus usuários é um exemplo de projeto bem-sucedido.

Outra ideia que me fez refletir foi que a boa arquitetura é aquela que consegue se adaptar, absorver mudanças e permitir múltiplas interpretações, sem impor um único modo de uso. Ela deve ser generosa, convidativa e polivalente, incentivando as pessoas a se sentirem à vontade, seja para estarem em grupo ou sozinhas, e evitando reforçar hierarquias.

No fim, o que mais ficou pra mim foi a ideia de que todo mundo deveria ter liberdade para se expressar dentro dos espaços — e que o arquiteto pode contribuir muito criando condições para isso acontecer.

segunda-feira, 12 de maio de 2025

Fichamento - Design: Obstáculo para remoção de obstáculos?

  No texto "Design: Obstáculo para remoção de Obstáculos?", Vilém Flusser questiona a função do design na sociedade contemporânea, mostrando como ele, ao invés de apenas facilitar a vida, muitas vezes cria novos obstáculos. O argumento principal é que o design está tão presente em nosso cotidiano que os objetos acabam se tornando ídolos, fazendo com que a humanidade os venere e se esqueça de seu real propósito. Flusser propõe uma reflexão crítica sobre essa relação, defendendo que os designers têm a responsabilidade de criar com consciência, considerando a efemeridade dos objetos e sua influência cultural. As três perguntas elaboradas pelo grupo durante a aula: Por que a consciência da efemeridade dos objetos contribui para a criação responsável?; Como a humanidade passou a ver objetos como ídolos?; e Qual é o papel dos designers na transformação mencionada por Flusser?

quarta-feira, 7 de maio de 2025

Desenhos solicitados pelo Sandro

 


Documentação do "não-objeto"


Diretrizes do grupo:
Esferas inseridas em uma estrutura que conecte os elementos e permita um toque mais direto. Elas devem ser preenchidas com materiais variados, o que trará peso, diversidade e interatividade à composição. Pode haver variação na quantidade, no tamanho e na posição das esferas, além da inclusão de fios com função estética e sensorial.


Interpretação pessoal:
Fazer esse não-objeto foi uma experiência bem legal. Usei esferas com materiais diferentes por dentro pra dar sensações variadas ao toque, e juntei tudo com fios e uma redinha pra criar uma ligação entre elas. A ideia era justamente mostrar como coisas diferentes podem estar unidas de um jeito meio bagunçado, mas bonito. Os fios também servem pra deixar o objeto mais sensorial e interessante de mexer. No final, ficou algo divertido, que mistura formas, texturas e significados.



segunda-feira, 28 de abril de 2025

Pesquisa: obras “não-objeto” + artistas cinéticos

 

   Em 1968, ano da inauguração do MASP de Lina Bo Bardi, Lygia Pape apresentou O Divisor, uma obra que expressa a criação coletiva e plural do movimento neoconcretista. Um lençol de 30 metros quadrados, com buracos para as cabeças dos participantes, formava “a pele de todos: lisa, leve como nuvem: solta”, convidando qualquer um a integrar uma coreografia espontânea pelas ruas e parques, sem regras ou hierarquias. Como experiência viva e em constante negociação, O Divisor é um não-objeto, libertando a arte dos espaços tradicionais e confundindo o dentro e o fora, o público e o privado. A obra dissolve a separação entre artista e espectador, rejeita a moldura e a base, e tem como fundo o próprio mundo. Assim como a arquitetura de Lina, propõe um espaço de infinitas possibilidades de uso e sentido, afirmando a inseparabilidade entre arte, pensamento e vida

  Nascido na Hungria e radicado na França, Nicolas Schöffer é considerado o pai da arte cibernética, uma forma de arte contemporânea que une ciência e criação ao utilizar princípios da cibernética — controle, comunicação e processamento de informações. Formado em Direito, abandonou a lógica fechada da profissão para dedicar a vida à arte, arquitetura e urbanismo, sempre rejeitando normas fixas. Professor de arquitetura, acreditava na união entre arquitetura e escultura, considerando a pintura tradicional ultrapassada por ser limitada ao 2D. Suas esculturas cinéticas empregavam movimento mecânico, luz e som, buscando criar experiências dinâmicas em torno de espaço, luz, tempo e som — elementos que, para ele, podiam até desmaterializar a arte. Com sensores, feedbacks e efeitos, suas obras reagiam a sinais do ambiente, envolvendo o público em espetáculos de massagem mental e movimento rítmico. Projetos como o balé cibernético integravam bailarinos reais às máquinas, luzes e sons, dissolvendo fronteiras entre arte e tecnologia. Embora muitas ideias tenham ficado no papel, Schöffer defendia que a verdadeira ferramenta do escultor moderno era o computador, apostando na ciência e na arte juntas como base para descobrir o mundo. Tirava todas as camadas desnecessárias da obra, buscando o essencial: participação, ludicidade e dinâmica contínua.


sábado, 26 de abril de 2025

Entendimento do texto Teoria do Não-Objeto

   Um não-objeto é uma entidade que se diferencia de um objeto tradicional porque não representa nada além de si mesmo. Ele não tem uma utilidade prática programada e não busca imitar ou simbolizar algo. Em vez disso, ele se apresenta como uma realidade própria, convidando o espectador a interagir com ele sensorial e mentalmente. O conceito de não-objeto surge no contexto do neoconcretismo. Embora compartilhe com o concretismo o afastamento do figurativo, o neoconcretismo critica a rigidez racionalista dos concretistas, propondo uma arte mais viva, subjetiva e ligada à experiência.

Fichamento Lições de Arquitetura - Herman Hertzberger

Meu entendimento ao ler Lições de Arquitetura  do Herman Hertzberger foi que a arquitetura tem um papel social muito forte. Uma das coisas q...